quinta-feira, 29 de maio de 2014

Proteína: como ter uma dieta saudável consumindo apenas proteínas vegetais

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por Vanessa Rosa

Este é um dos assuntos polêmicos do vegetarianismo. Inclusive ainda há muitos médicos que acreditam que não seja possível uma pessoa ter saúde sem consumir carne, justamente pela supervalorização das proteínas em relação à quantidade que deve-se consumir.

Uma vez levei um baita sermão de um médico que apelava para que eu fosse responsável e desse carne para meus filhos se gostaria que eles crescessem a contento, mesmo eu falando que meus filhos são saudáveis e que crescem dentro do esperado para a idade. Felizmente, eles têm um pediatra bastante sensato e atualizado. É muita falta de informação envolta deste assunto, recomendações baseadas em mitos, o que ocasiona tanta polêmica.

Eu nunca ofereci carnes para meus filhos e conheço outras crianças vegetarianas desde o nascimento que são saudáveis como eles. As proteínas são compostas por aminoácidos. Há 10 aminoácidos que são considerados essenciais, porque o nosso corpo não consegue produzi-lo, ou seja, é preciso ingeri-los em forma de alimentos para suprir essa deficiência.

É necessário consumir proteínas diariamente? Sem dúvida, sim. Após a água, as proteínas são o que mais encontramos no organismo, porque uma de suas funções é atuar na construção e recuperação das estruturas. Por isso, está presente nos músculos, tecidos, ossos, dentes, sangue e fluídos orgânicos. Elas têm outras funções no organismo, como transportar substâncias, contribuir para a coagulação sanguínea, contribuir na formação de anticorpos e de alguns hormônios e catalisar reações químicas (enzimas).

O vegetariano estrito consome quantidades suficientes de proteínas? Os aminoácidos essenciais estão presentes nas proteínas vegetais?

Primeiro é preciso entender quanto precisamos de proteínas.

Observe uma pirâmide alimentar para vegetarianos. É fácil perceber que estando as proteínas no terceiro andar da pirâmide não devemos consumi-las em excesso.

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o organismo necessita de 0,8 g de proteínas por kg de peso (0,8 x o peso corporal) para os adultos e 1 g por kg de peso (1 x o peso corporal) para as crianças. Então, um adulto de 90 kg necessita de 72 g de proteína diária e uma criança de 25 kg precisa apenas de 25 gramas.

A recomendação é que as proteínas equivalham de 10 a 12% do valor energético total da dieta. Significa que numa dieta de 2.000 calorias diárias, apenas 200 a 240 calorias devem ser provenientes de proteínas.

Para facilitar ainda mais a compreensão veja este prato. Ele mostra como elaborar um prato vegetariano equilibrado.

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O nosso prato deve ser composto apenas de 20% de alimentos construtores, que são as proteínas. Isso significa que de um modo geral temos o hábito de consumir mais proteínas do que o necessário.

O consumo excessivo de proteínas traz algum prejuízo à saúde?

Esta é uma pergunta que poucos fazem. A preocupação geralmente gira em torno do medo que a falta de proteína pode causar. Um medo infundado, ao meu ver, diante da necessidade de consumir proteínas numa quantidade menor do que se imagina.

Consumir proteína em excesso pode trazer prejuízos consideráveis à saúde, mesmo sendo um nutriente tão importante para o nosso organismo.

Os principais impactos sobre a saúde são:

  • OSTEOPOROSE, devido à perda de cálcio corporal através da urina. Essa perda de cálcio ocorre porque a proteína animal aumenta a acidez do sangue, o que predispõe o organismo a utilizar componentes ósseos para neutralizar essa carga ácida.
  • SOBRECARGA RENAL, que pode levar a problemas como cálculos renais e até mesmo insuficiência renal. Durante o metabolismo das proteínas são produzidos alguns resíduos como ureia, creatinina e ácido úrico, que são tóxicos ao organismo e precisam ser excretados pela urina. Quanto mais proteína, mais esforço renal. A perda de cálcio na urina também aumenta o risco de cálculos renais.
  • Aumenta o risco de DOENÇAS CARDIOVASCULARES como aterosclerose, devido à elevação dos níveis de colesterol sanguíneo.
  • CÂNCER é outro problema relacionado ao consumo excessivo de proteína animal, devido a presença de altos níveis de hormônios de crescimento que estimulam a multiplicação de células cancerígenas.
  • A carne também é DEPRESSORA DO SISTEMA IMUNOLÓGICO, diminuindo um grupo de glóbulos brancos chamado natural killers que tem a função de destruir células estranhas, tais como o câncer.

Boas fontes de proteínas vegetais:

  • Leguminosas e seus derivados: feijões, lentilha, grão de bico, tremoço, fava, ervilha, soja.
  • Oleaginosas (castanhas): do pará (ou do Brasil), de caju, amêndoa, pistache, amendoim, avelã, nozes, pinhão.
  • Sementes: linhaça, chia, abóbora, gergelim, girassol.
  • Cereais e seus derivados: arroz, farinha, milho, aveia, trigo, centeio, quinua (tem uma combinação de aminoácidos parecido à combinação do arroz com feijão), amaranto (possui 9 dos 10 aminoácidos essenciais).

A combinação de leguminosas ou castanhas com cereais (de preferência integrais) é uma excelente fonte proteica, pois provê todos os aminoácidos essenciais.

Vejam alguns exemplos desta combinação:

  • O tradicional arroz com feijão;
  • Macarrão integral com ervilhas (podem ser adicionadas ao molho ou feitas à parte);
  • Torta ou assados: kibe com castanhas, assado de farinha de trigo integral com soja;
  • Pão integral com creme de amendoim;
  • Leite de amêndoas com aveia;
  • Croquete de nozes;
  • Almôndegas de lentilha com aveia.

O limite de pratos que dá para elaborar usando essas combinações é a sua criatividade. Então, dê asas à sua imaginação e crie novas combinações.

Aqui no Portal também há algumas receitas. Se ainda não tem o nosso e-book de culinária saudável clique aqui e solicite já.

A dieta original e ideal para o ser humano é a vegetariana, porque foi essa dieta que nos foi dada por Deus (leia Gênesis 1:29). Não duvide, Deus não nos daria uma dieta deficiente.

Uma dica muito útil é: procure variar os seus alimentos, assim você conseguirá suprir seu corpo com todos os nutrientes necessários.

E, para encerrar deixo dois princípios encontrados na Bíblia e no Espírito de Profecia:

1. Glorifique a Deus em tudo, inclusive ao se alimentar:

“Portanto, *quer comais quer bebais*, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” 1 Coríntios 10:31.

2. Tenha domínio sobre o seu apetite. Seja temperante no comer:

“Toda violação de princípio no comer e beber perde as faculdades de percepção, tornando-lhes impossível apreciarem ou darem o justo valor às coisas eternas. [...] Temperança em todas as coisas é indispensável à saúde e ao desenvolvimento e crescimento de um bom caráter cristão” Conselhos Sobre Saúde, p. 38.

“A principal finalidade do homem não é satisfazer o apetite. Há necessidades físicas a serem supridas; mas por isso é preciso que o homem seja dominado pelo apetite? Há de o povo que está buscando tornar-se santo, puro, refinado para que possa ser introduzido na sociedade dos anjos celestes, continuar a tirar a vida das criaturas de Deus, e fruir sua carne como uma iguaria? Segundo o Senhor me mostrou, esta ordem de coisas há de mudar-se, e o povo de Deus exercerá temperança em tudo” Christian Temperance and Bible Hygiene, p. 48.

Um grande abraço e até nosso próximo artigo.

Fonte: http://www.vidanatural.org.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=122:proteinas-na-alimentacao-vegetariana&catid=56:artigos-gerais&Itemid=204

Por Vanessa Rosa – Dia a Dia: uma mãe vegetariana

sábado, 24 de maio de 2014

Bolo de Casca de Banana – Desperdicio Zero

 

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Bolo de casca de banana

Ingredientes para a massa

- 3 ovos

- 1 xícara (chá) de suco de laranja

- 1/2 xícara (chá) de óleo de sua preferência

- 1 xícara (chá) de açúcar

- Gotas de baunilha líquida

- 1 xícara (chá) de casca de banana

- 2 xícaras (chá) de farinha de trigo

- Canela em pó

- 1 colher (sopa) de fermento em pó
Para a cobertura

- 1/2 xícara (chá) de açúcar

- 1/2 xícara (chá) de água

- 2 bananas-nanicas picadas em rodelas
Preparo da massa

1 Bata os ovos, o suco, o óleo, o açúcar, a baunilha e as cascas de banana no liquidificador.

2 Acrescente a farinha de trigo e uma pitada de canela em pó.

3 Coloque o fermento e acomode a massa em uma fôrma - com furo no meio - untada com óleo ou margarina.

4 Asse em forno preaquecido por 40 minutos ou até a massa passar pelo teste do palito.
Preparo da cobertura

1 Derreta o açúcar em fogo baixo e acrescente a água.

2 Adicione a banana em rodelas e deixe a calda apurar um pouco.

3 Quando esfriar, coloque no bolo e sirva.

domingo, 18 de maio de 2014

Receitas Sem Glúten

Titulo: Pão De Batata Sem Gluten

Ingredientes:
2 batatas grandes, 2 colheres de sopa de margarina, 1 tablete de fermento biológico, 2 ovos, meia xícara de chá de água morna, 4 colheres de sopa de leite de soja em pó, 2 xícaras de chá de amido de milho, 1 xícara de chá de fécula de batata, 1 colher rasa de sopa de sal.

Modo de Preparo:
Cozinhar as batatas sem sal, amassar e esperar esfriar. Bater no liquidificador a margarina, o fermento, os ovos e a água morna. Em uma bacia, misturar as farinhas, o leite em pó e o sal. Colocar sobre a mistura de farinhas o que foi batido no liquidifivcador e a batata cozida. Misturar bem, até que se torne uma massa homogênea. Colocar sobre uma forma de pão untada, esperar cescer (aproximadanete 1 hora) e assar no forno a 230 graus até que o palito espetado saia limpo (aproximadamente 40 minutos)

Autor:Renata Pinheiro

Titulo:Pão Sem Glúten

Ingredientes:
03 gemas
03 claras em neve
01 colher (café) sal
01 copo de iogurte natural ou
(a mesma quantia de água)
01 xícara de farinha de arroz
01 xícara de fécula de batata
05 colheres (sopa) óleo
01 colher (sopa) fermento químico

Modo de Preparo:
Bater as gemas, iogurte ( ou água ), as farinhas e o óleo.
Acrescente o fermento químico, mexa, sem bater.
Acrescente as claras delicadamente.
Coloque a massa em forma de pão, ou em forminhas individuais.
Jogue por cima: castanha de caju, castanha do pará, amendoim, ervas finas, etc.
Pode rechear com frios, carne, legumes.
Leve para assar
= ou - 30´ forno alto.
PODE TROCAR A FARINHA DE ARROZ POR FUBÁ, fica igual uma broinha salgada.

Autor:Sílvia Viotto

Titulo:Pão De Aipim

Ingredientes:
PÃO:
1 xícara grande de aipim cozido e picado
1 xícara pequena de farinha de milho
2 xícaras pequenas de farinha de soja
1 xícara pequena de fécula de batata
2 ovos
2 xícaras de açúcar
1 colher (de chá) rasa de sal
2 colheres (de sopa) de margarina
300ml de leite
1 pacote de fermento biológico

Modo de Preparo:
Bater no liquidificador:
O aipim, os ovos, o açúcar, o sal, a margarina e o leite.
Após bater por uns 3 minutos despejar o conteúdo em uma bacia e juntar as farinhas e o fermento.
Mexer com uma colher até obter uma massa lisa e homogênea.
Untar uma forma de pão (média) e deixar crescer por mais ou menos umas 2 horas.
Após crescer assar em fogo médio por 1h15min ou dependendo do forno deixar mais ou menos tempo.

Autor:Inêz Verginia Giasson

Titulo:Panqueca 1

Ingredientes:
4 ovos
3 copos de leite
1 copo de creme de arroz
1 copo de maisena
1 colher de fermento em pó
2 tabletes de caldo de galinha
1 colher (sopa) de margarina

Modo de Preparo:
Bater tudo no liquidificador. Deixar descansar por algum tempo. Mexer e preparar as panquecas.

Autor:Acelbra-sp

Titulo:Panqueca 2

Ingredientes:
1 copo (requeijão) de amido de milho
1 copo (requeijão) de leite
1 ovo
1 colher (sopa) de queijo ralado
sal á gosto

Modo de Preparo:
Bater tudo no liquidificador e colocar porções da massa em frigideira ou panquequeira, levemente untada. A massa fica melhor se descansar por 1 hora. Recheio e molho de sua preferência.

Autor:Acelbra-sp

Titulo:Pizza De Liquidificador

Ingredientes:
3 ovos
1 xícara (chá) de leite
½ xícara (chá) de óleo
1 xícara (chá) de creme de arroz
1 colher (sopa) de maisena
1 colher (sopa) rasa de sal
1 colher (sopa) de fermento em pó

Modo de Preparo:
Bater no liquidificador. A massa fica bem líquida. Dividir para duas pizzas. Forma untada e polvilhada. O recheio ou cobertura deve ser colocado por cima da massa mole.

Autor: Acelbra-sp

Titulo: Pizza De Liquidificador 2

Ingredientes:
1 ovo
1 xícara (chá) de óleo de girassol
2 xícaras (chá) de maisena
1 xícara (chá) de farinha de mandioca crua
1 ½ ou 2 xícaras (chá) de leite
1 colher (sopa) de fermento em pó
sal à gosto

Modo de Preparo:
Bater tudo no liquidificador e assar em forma untada e polvilhada.

Autor: Acelbra-sp

Titulo: Pizza De Arroz

Ingredientes:
2 xícaras (chá) de arroz cozido
1 xícara (chá) de leite
1/2 xícara (chá) de óleo
2 ovos
2 colheres (sopa) de queijo ralado
l colher (sopa) de fermento em pó
1/2 lata de molho de tomate (para a cobertura)

Modo de Preparo:
Passe o arroz no processador ou esquente-o e passe-o pelo espremedor de batatas. Junte os ingredientes e por último o fermento. Leve ao forno pré aquecido em forma untada e deixe assar por mais ou menos 10 minutos para colocar o molho e a cobertura de sua preferência.

Autor: Acelbra-sp

Titulo: Pizza Suflê De Calabresa

Ingredientes:
2 xícaras de chá de creme de arroz (200 grs)
1 ovo inteiro
1 xícara de chá de leite
1/2 xícara de óleo
sal à gosto
1 colher de sopa cheia de fermento em pó

Modo de Preparo:
Misture os ingredientes. A massa fica mole, espalhe com a colher, uma camada fina.
RECHEIO:
250 grs de mussarela ralada
250 de lingüiça calabresa picada ou processada
4 tomates sem sementes e picados
2 dentes de alho picados
2 colheres de sopa de azeite
50 grs de queijo parmesão ralado
3 ovos batidos
1 colher de chá de orégano
azeitonas verdes picadas
Misture todos os ingredientes, coloque sobre a massa e leve para assar.
Obs: fazer o recheio antes da massa

Autor: Acelbra-sp

Titulo: Bolinhas De Atum

Ingredientes:
4 xícaras ( chá ) de batatas cozidas e amassadas;
1 lata pequena de atum;
1/2 colher ( sopa ) de cebola ralada;
Use como tempero, salsa picadinha, pimenta do reino, noz-moscada e sal a gosto;
3 ovos;

Modo de Preparo:
Junte as batatas, o atum, a cebola e os temperos e amasse bem. Acrescente as gemas e as claras em neve e misture bem. Enrole bolinhas e frite em óleo quente.

Autor: Acelbra-sp

Titulo: Rosquinhas De Neve

Ingredientes:
4 colheres (sopa) de açúcar refinado
100 de manteigaou margarina
1 pitada de sal
1 colher (café) de fermento em pó
1 colher (café) de essência de baunilha
1 ovo
polvilho doce que dêr para enrolar (250g)mais ou menos

Modo de Preparo:
Bata o açúcar com a manteiga e o sal.Junte o fermento e o ovo e vá acrescentando o polvilho até obter uma massa macia mas firme. Faça as rosquinhas, colocando em assadeiras untadas e leve ao forno médio. Devem ficar bem clarinhas.
(nota: se fizer bolinhas, de um leve achatamento com o garfo, elas ficam craqueladas quando assadas.

Autor: Maria Erene Dos Santos Reis Adrega Moura

 

Titulo: Massa Para Torta Doce 1

Ingredientes:
200 grs. de sequilho (Panco) batido no liquidificador
120 grs de manteiga (temperatura ambiente)
raspas de limão ou 2 colheres de chocolate em pó

Modo de Preparo:
Misturar tudo muito bem e com os dedos forrar uma forma de aro removível untada com manteiga ou margarina. Furar com o garfo e assar por 12 minutos. Deixar esfriar e colocar o recheio de sua preferência.

Autor: Acelbra-sp

Titulo: Massa Para Torta Doce 2

Ingredientes:
200 grs. de creme de arroz ou farinha preparada
3 colheres (sopa) bem cheias de maisena
150 grs de manteiga
5 colheres de água gelada
5 colheres (sopa) de açúcar
1 gema
raspas de limão ou 2 colheres de chocolate em pó

Modo de Preparo:
Misturar tudo e amassar bem. Abrir com os dedos forrando uma forma de aro removível untada com margarina. Furar com garfo e assar por 25 minutos.

Autor: Acelbra-sp

Titulo: Torta Salgada

Ingredientes:
5 ovos;
1 ½ xícara (chá) de óleo;
½ xícara (chá) de leite;
100grs. de queijo ralado;
2 xícaras(chá) de creme de arroz ou farinha preparada;
1 ½ colher (sopa) de fermento

Modo de Preparo:
Bater tudo no liquidificador e colocar metade da massa na assadeira untada e polvilhada. Colocar o recheio à gosto : frango com requeijão, atum, sardinha, queijo e presunto picadinho, etc. Na massa restante acrescentar 1 ovo e 50 grs. de queijo ralado. Bater e despejar por cima do recheio. Assar em forno quente.

Autor: Acelbra-sp

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Dietas Vegetarianas e Longevidade: Vivendo Mais e Melhor

 Dr George Guimarães, nutricionista especializado em dietas vegetarianas
Julho de 2007
www.nutriveg.com.br


Eliminar a carne do cardápio aumenta a longevidade? Esta pergunta vem sendo feita por leigos e cientistas há muitos anos. Enquanto há uma série de evidências que apontam para um “sim” como resposta, há muitas considerações a serem feitas antes que possamos afirmar isto com propriedade científica. Isto porque fatores não-dietéticos também afetam a longevidade e a qualidade de vida e com isso um estudo perfeitamente conclusivo ainda está distante de ser desenhado. No entanto, é vasta a quantidade de evidências, tanto históricas quanto científicas, que apontam no sentido de que a exclusão das carnes da dieta humana resulta em maior longevidade associada a uma melhora na qualidade de vida.


A observação de populações que vivem tradicionalmente com dietas compostas por pouca ou nenhuma carne nos traz boas referências de como uma dieta vegetariana pode aumentar a longevidade. Esse é o caso de populações rurais que vivem em áreas geograficamente isoladas que vão desde o Himalaia ao Equador, da Turquia à Rússia. Nessas populações, que adotam uma dieta com pouca ou nenhuma carne, a expectativa de vida ultrapassa facilmente a média de 70 anos atualmente observada nas populações ocidentais. Em contraste, outras populações rurais que apresentam um desenvolvimento tecnológico semelhante como é o caso dos esquimós e de outras comunidades na África, Groenlândia e Rússia apresentam uma expectativa de vida média de apenas 40 anos. Em todas estas podemos constatar um alto consumo de carnes.


A partir da observação de eventos históricos também é possível comprovar como a redução no consumo de carne afeta positivamente a saúde da população. As I e II Guerras Mundiais são um bom exemplo disto. Durante a I Guerra Mundial, cerca de três milhões de dinamarqueses foram forçados a eliminar quase que completamente a carne de suas dietas. O que se observou foi uma redução equivalente de 6.300 indivíduos por ano na taxa de mortalidade durante o período. Durante a II Guerra Mundial, foi a vez dos Noruegueses e Suecos serem colocados à prova. Durante a ocupação alemã que teve início em 1939, observou-se um declínio na taxa de mortalidade semelhante àquela constatada na Dinamarca durante a I Guerra Mundial. Com a normalização da oferta de alimentos a partir de 1943, as taxas de mortalidade retornaram às mesmas observadas antes do início da guerra.


A simples análise da composição das dietas onívora e vegetariana pode ajudar a explicar como a última promove maior longevidade. Entre os principais componentes das carnes encontramos a gordura, especialmente a do tipo saturada. Diversos estudos já relacionaram de maneira bastante direta o consumo excessivo de gordura saturada ao risco de desenvolver doenças cardiovasculares e o diabetes. Alem das gorduras, alguns compostos presentes nas carnes, como os nitratos e a amina heterocíclica, já foram citados como sendo fatores causais para o câncer e muitos estudos já relacionaram o consumo de carne vermelha à incidência de cânceres de cólon, próstata e mama.


Não é difícil estabelecer uma relação entre um peso corporal apropriado e um aumento na longevidade e qualidade de vida. A constatação de uma menor prevalência de obesidade entre a população vegetariana é clara e nada surpreendente, haja vista por exemplo que uma porção de carne pode conter até o dobro de calorias se comparada a uma porção de um substituto da carne (como o tofu ou uma porção de vegetais protéicos). Outro nutriente cuja redução na ingestão pode afetar positivamente a saúde dos vegetarianos é o ferro. Enquanto uma ingestão adequada deste mineral é desejada para a manutenção da saúde, uma ingestão excessiva de ferro pode ter o efeito inverso. Por ser um elemento altamente oxidativo, o ferro é um eficiente produtor de radicais livres, que são compostos relacionados ao processo de envelhecimento e à incidência de doenças cardiovasculares. A carne é especialmente rica no ferro heme, um tipo de ferro que é até 10 vezes mais bem absorvido do que o ferro encontrado nos vegetais, aumentando assim em muitas vezes o seu potencial nocivo quando consumido em excesso.


Os hormônios, antibióticos, pesticidas e metais pesados presentes nas carnes somam-se à lista de fatores que afetam negativamente a saúde e consequentemente a longevidade daqueles que a consomem. Completam a lista as doenças causadas pela ingestão de vírus, bactérias e parasitas, que vão desde as infecções alimentares causadas por E. coli e Salmonella, a gripes aviárias e doenças da vaca louca e cisticercose. As doenças causadas pela ingestão de carne contaminada, muitas delas fatais, podem ser evitadas ou severamente reduzidas quando a carne é excluída do cardápio.


Havendo visto um pouco sobre os mecanismos pelos quais a ingestão de carnes pode reduzir a expectativa de vida e tendo notado alguns exemplos históricos, resta-nos finalmente saber o que nos dizem os estudos científicos sobre o impacto que a dieta vegetariana tem na longevidade. Estudos importantes apontam com resultados bastante significativos em favor da dieta vegetariana. Em uma análise de 6 grandes estudos prospectivos realizados na Europa e nos EUA, totalizando mais de 109.000 pessoas, podemos notar que quase a totalidade deles demonstra uma redução na mortalidade entre os vegetarianos quando comparados aos seus semelhantes onívoros. Um estudo britânico conduzido com 11.000 pessoas aponta para uma redução de 20% nas causas de morte e alguns estudos estadunidenses mostram números semelhantes. Um estudo conduzido na Itália aponta para uma redução de 45% na mortalidade entre vegetarianos e um estudo alemão realizado com 1.904 pessoas aponta para uma redução de 47% na mortalidade para mulheres vegetarianas e 56% para homens. Estes dados atestam para o poder que têm as dietas vegetarianas como instrumento de redução do risco de doenças e o conseqüente aumento na longevidade e na qualidade de vida.


No campo científico, resta-nos ainda investigar qual é exatamente o aspecto que impacta tão positivamente a saúde das populações vegetarianas: seria o estilo de vida que muitas vezes vem agregado a esta opção alimentar, seria a exclusão das carnes da dieta, seria a inclusão de mais vegetais na dieta (quando tiramos as carnes do cardápio, damos lugar para mais vegetais que trazem consigo elementos protetores como fibras, antioxidantes e fitoquímicos) ou seria ainda uma combinação destas três possibilidades? Para quem já é vegetariano, ou para aqueles que desejam se aventurar por este mundo de descobertas tão diversas (filosóficas, sociais, culinárias), as respostas a estas perguntas não são de maior importância nesse momento. Pois independentemente do tempo que levaremos para poder apontar quais são exatamente os mecanismos pelos quais uma dieta vegetariana oferece maior proteção, as evidências científicas demonstram que, por uma diversidade de fatores, esta opção alimentar, quando praticada com critério, reduz significativamente a mortalidade e o risco de doenças, resultando em um aumento na longevidade e uma importante melhora na qualidade de vida.