terça-feira, 16 de abril de 2013

Beba chá e fortaleça suas defesas

 

Beba chá
Branco, preto ou verde - não importa o tipo. Renda-se aos benefícios da segunda bebida mais consumida no mundo. Além de proteger contra o Parkinson e acalmar os ânimos, ela ainda blinda o corpo

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No ranking dos líquidos mais ingeridos pela humanidade, ele só perde para a água. O chá, no entanto, não tem nada de incolor, insípido e inodoro. Muito pelo contrário. E que fique claro: chá que é chá leva folhas tenras ou brotos da planta Camellia sinensis e atende por nomes como preto, verde, branco eoolong. Do contrário, trata-se apenas de uma infusão,como a de erva-mate, explica a gaúcha Carla Saueressig, especialista no assunto e proprietária da casa A Loja do Chá, em São Paulo. Confusões lingüísticas à parte, o país do cafezinho vem aos poucos se rendendo à bebida milenar originária do Oriente. Dados de um dos principais fabricantes do produto, a Dr. OetkerBrasil, indicam que nos últimos cinco anos houve um crescimento de 30% no mercado de chás secos entre nós. Graças à versão em saquinho, introduzida por aqui no início da década, o chá verde sepopulariza, trazendo na sua esteira o recém-chegado branco.


As folhas da Camellia sinensis são ricas em compostos fenólicos, substâncias capazes de debelar a ação dos radicais livres, moléculas nocivas acusadas de estarem envolvidas em males que vão da aterosclerose ao câncer. Eles têm a função de proteger a planta contra pragas e a radiação ultravioleta. E o sabor amargo e adstringente que conferem à Camellia também está associado ao mecanismo de defesa. O melhor é que essa proteção pode ser sorvida numa xícara de chá. Uma das pesquisas mais recentes leva a assinatura da Universidade Federal de Santa Catarina, a UFSC. Os cientistas se concentraram em analisar as propriedades do tipo verde.

Associar bules e xícaras de chá verde a um ambiente de academia de ginástica é algo um tanto inverossímil. Mas os pesquisadores da UFSC resolveram investigar se o consumo regular da bebida poderia proteger indivíduos que praticam musculação do ataque dos radicais livres. Isso porque a atividade física pode levar a um aumento na produção dessas moléculas nefastas. O grande déficit de oxigênio e o desequilíbrio energético que ocorrem nos músculos durante os exercícios intensos são alguns dos motivos que explicam esse incremento, diz a nutricionista Vilma Panza, autora do estudo.

A especialista recrutou 14 homens de 19 a 30 anos para realizarem uma série de supino reto os indivíduos se deitam num banco e levantam uma barra com pesos. Durante uma semana, eles consumiram três xícaras de chá verde, de manhã, à tarde e à noite. No oitavo dia, uma hora antes do exercício, eles beberam mais uma xícara. Por meio da análise de amostras sangüíneas coletadas antes da suadeira e um e 15 minutos depois do levantamento de pesos, avaliou-se o potencial anti-radicais da bebida. Observamos que a ingestão de chá verde reforçou a capacidade de defesa antioxidante, conta Vilma.

O segredo desse escudo contra o estresse oxidativo, a ferrugem causada pelos radicais nos nossos tecidos, está nas catequinas, os principais compostos fenólicos presentes na bebida. Elas são excelentes neutralizadoras de várias espécies de radicas livres, revela Vilma. Isso promove uma espécie de economia para o corpo, poupando nutrientes que também combatem essas moléculas bagunceiras, caso do betacaroteno. Sem falar que as catequinas também inibem enzimas associadas à produção daqueles malfeitores.

A boa notícia é que até mesmo sachês e bebidas prontas à base de chá verde apresentam teores de compostos fenólicos semelhantes à infusão consumida pelos orientais. Pelo menos esses foram os resultados preliminares de uma pesquisa conduzida na Universidade de São Paulo (USP).A capacidade antioxidante foi a mesma em todos os produtos analisados, conta a farmacêutica-bioquímica Maria Inês Genovese, que encabeça a empreitada. Sendo assim, a opção pelo chá verde tradicional seria menos por uma vantagem em saúde do que por uma questão de paladar e requinte.

Os outros integrantes da família de infusões à base de Camellia sinensis também têm saído dos bules direto para as pipetas dos laboratórios. Uma pesquisa publicada no periódico científico American Journal of Epidemiology mostra que bebericar 23 xícaras de chá preto por mês contribui para diminuir em 72% o risco de Parkinson, doença neurodegenerativa que afeta os movimentos. O trabalho analisou informações de 63 257 homens e mulheres chineses.

Um outro estudo, dessa vez com a chancela do University College London (UCL), na Inglaterra, demonstra que essa infusão, obtida por meio das folhas fermentadas da Camellia, derruba os níveis de cortisol, o hormônio da tensão, depois daquele baita estresse. Sem contar que a bebida é uma boa para a saúde do peito no mesmo University College London, chegou-se à conclusão de que o consumo de chá preto diminui a presença de sinalizadores de males cardiovasculares, como a proteína C-reativa. O chá preto e o chá verde contêm quantidades similares de flavonóides, explica

Maria Inês Genovese. Mas o processo de oxidação das folhas altera a estrutura química das catequinas daí a cor mais escura e o sabor mais forte.

O chá branco, aquele produzido por meio das folhas jovens e brotos da planta, teria uma maior concentração de catequinas do que o primo verde. Ele também apresentaria doses mais baixas de cafeína. Conforme SAÚDE! publicou em novembro de 2007, cientistas verificaram que a ingestão desse chá seria benéfica para os ossos e auxiliaria na redução de inflamações e dores. Mas ainda há muita cautela em torno dessas alegações. Alguns pesquisadores acreditam que, sob o ponto de vista de composição, aqueles itens acima mencionados os níveis de antioxidantes e de cafeína não fariam sentido. As diferenças ou semelhanças quanto às propriedades dos tipos de chá da Camellia sinensis necessitam de mais estudos, finaliza a nutricionista Vilma Panza. Mas isso não impede que a gente desfrute do sabor e dos benefícios comprovados da infusão milenar. Beba chá!

Fonte: http://saude.abril.com.br

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